04 outubro 2010

Chegou....

E entao a chuva chegou.
Nao de repente, pra matar a vontade louca do meu povo.
Ela se anunciou... Primeiro, no meio da tarde, o sol escaldante, foi aos poucos escurecendo.
O vento, anunciador, cantava, balançando as folhas e os santinhos de politica jogados no chao.
Um cheiro de terra molhada invadiu o ar, prometendo a nos, pobre mortais sedentos uma refrescancia do corpo e da alma.
Alguns raios iluminando o ceu e a reposta bradava com os trovoes.
E ela ficou a brincar. Algumas horas depois ouviu-se os grossos pingos desabando no teto.
Varias cabeças curiosas e extasiadas apareciam nas janelas.
Alguns desavisados correram pra se esconderem e desfrutarem deste prazer.
Crianças semi nuas em seu calçoes coloridos pulavam e brincavam nas enchurradas.
Risos, gritos.
O vizinho grita para o outro:
- O Ze, agora o quiabo vai crescer.
As mangas dançam e se lavam com a agua abençoada, que daqui a pouco dias vao colorir os pes em mistura de vermelhos, amarelos e laranjas.
Meu povo ta feliz, aliviado.
Nesta noite dormimos ouvindoo canto da chuva, a promessa do arroz crescendo na roça, a pamonha quente no prato.

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