29 julho 2010

Baduque...




Nome engraçado para um cachorro. Mas é assim mesmo que o chamamos. Nos conhecemos ha dois anos atras, quando minha mae pediu para que eu ficasse cuidando para ela, quando se mudou. Entre nos surgiu uma amizade instantanea. Ele tem aquele dom que so os cachorros tem. Ele ama demais, é fiel demais. No meu bairro tem uma historia engraçada. Ele me acompanha, enquanto ando de carro. Engraçadissimo. Nao ha quem aqui nao conheca a mim e a ele por esta pecularidade. Ele simplismente ama correr na frente do carro. E ele late se paro o carro, fica deitado vigiando enquanto trabalho. Alem de mim ele ama meus filhos demais. Se nao esta perto de mim, esta perto deles. Mnha filha, uma moleca de 15 anos adora. Meu flho, timido e reservado morre de vergonha. Infelizmente o perdi ontem pra morte. Ela o levou. O pior, nos o levamos para o sacrificio. A doença em forma de tumor o atacou e tivemos que para diminuir a dor, abrir um buraco no nosso coração. Nos perdemos, meu bairro perdeu, todos sofremos. Saudades Amigao. Ficou um buraco no seu lugar....««

27 julho 2010

Hoje estou só. Nem sempre foi assim. Tive grandes amores, paixoes, relacionamentos. A vida mudou a mim, e tambem eu mesma mudei.

24 julho 2010

Despedida

Quando chegou em casa, por volta das 19:00 pensava somente em tomar uma ducha refrescante, ouvindo Enya no estéreo, e depois relaxar com uma taça do bom vinho comprado na ultima viagem a Portugal.
Porem, sentia um inexplicável incomodo. Parecia que teria algo mudando em sua vida, mas não conseguia perceber o que.
Ainda no chuveiro ouviu a campainha da porta chamando. Se enrolou depressa na toalha e foi ate a porta. Um rapaz jovem com um buque de cravos e lirios o esperava a porta. Não estranhou muito visto que era um homem sempre bajulado pelas mulheres, e certamente este seria mais um convite para um jantar e uma noite de aventuras.
Foi ate a carteira pegou uma nota e ofereceu a gorjeta ao rapaz. Gostava sempre de agradar as pessoas. Procurou pelo cartão, mas ao invés disto encontrou um envelope de carta. Abriu e rapidamente foi ate o final para ver de quem era. Ao perceber que era de Ângela, deixou sobre a mesa. Ela estava muito ligada nele, sabia bem disto. Leria mais tarde, com certeza seria apenas mais uma das declarações longas e cansativas dela.
Enquanto se trocava, pensava sobre Ângela. Se conheceram alguns meses atrás em um restaurante do centro da cidade. Desde então vinham se encontrando com certa regularidade. Porem havia sentido que ela estava mudando as atitudes. Se divertiram bastante no inicio, ela era alegre e espontânea, alem de ser uma fera na cama. Sempre ligava para ela nas madrugadas e ela estava disponível para ele. Porem, nas ultimas semanas a havia percebido com certa relutância. Nao havia atendido suas ligações duas ou três vezes, e na ultima estava com uma voz chorosa, e dissera a ele que seria impossível se verem. Odiava mulheres chorosas, e por isso resolveu não ligar mais, e por fim não estava mais atendendo as chamadas dela. Alem disto estava saindo com uma loura estonteante que conhecera em uma boate.
Voltou a sala, baixou o som da musica, se serviu com mais vinho, e resolveu ler a carta.

«Marcelo,

Esta não é uma carta de amor. Não, esta é uma carta de desamor. Venho te falar sobre o desamor que estamos tendo. Venho te falar porque estou te deixando. Na verdade devo estar sendo prepotente, porque não posso deixa-lo se real emente nem estivemos juntos. Eu estava em você, porem você não estava em lugar nenhum, com ninguém. Você é um homem jovem, bonito e o mais importante experiente. Até aqui achava que esta experiência era maravilhosa porque estava cansada de me relacionar com garotos jovens e que queriam sugar de mim o que eu havia aprendido com minhas experiências anteriores. A minha procura por romance talvez tenha sido a principal causa do fim do nosso relacionamento. Nas primeiras vezes que estivemos juntos eu sentia uma forte atracão, e o sexo com você foi uma das melhores realmente excitante para mim. Quando estava em seus braços sentia me a mulher mais maravilhosa e mais amada.
Mas de repente as coisas começaram a mudar. Passei a pensar em você mais vezes que o normal. Muitas vezes acordei e percebi que gostaria que estivesse deitado ao meu lado. Outras vezes percebia que não parava de olhar para o telefone esperando sua ligação. Em alguns momentos, veja só, senti o seu perfume no ar. E você nem ao menos estava aqui. Comecei a sentir sua falta em alguns momentos inusitados, como ao sentar para ver um filme, ou preparar o jantar. Fui ao supermercado e me peguei comprando as coisas que você gosta, a marca do vinho que você bebe, o queijo que você come. E me surpreendi ao entrar numa loja de roupas masculinas para olhar uma camisa que tinha certeza ficaria otima em seu corpo.
Esperei tão ansiosa sua ligação que parece que o tempo não passava. Não estranhava o fato de me ligar as vezes na madrugada e me pedir para ir ate sua casa, pois estava exatamente esperando isto. Então, em uma das nossas madrugadas, quando cheguei ao clímax eu percebi. E as palavras saíram tão espontâneas que cheguei a me assustar: EU TE AMO. Esperei ouvir de volta, mas você não falou nada. Me beijou e se virou para o lado. Senti um medo terrível. Queira lhe falar mais, falar deste amor enorme, da paixão que me consumia. Um medo por ter sido precipitada. Nesta manha, quando me levantei e fui para casa você ainda dormia. Olhei seu corpo e imaginei o quanto seriamos felizes. Passei a fazer os planos mais loucos para nos dois. Pensei em nos casando em uma linda área verde, em uma manha ensolarada de domingo. Nossos pais, amigos assistindo a felicidade se concretizando. Sonhei os filhos que teríamos, os nossos netos. Nos dois envelhecendo juntos, com calma. Procurei estar o mais próxima possível . Passei a visita-lo em seu trabalho, a te ligar muitas vezes. Porem não havia percebido uma única coisa - você não estava envolvido. Percebi que começou a não atender os telefonemas, e ate a recusar os convites insistentes que eu fazia. Mas eu pensava que isto iria mudar. E insistia mais e mais.
Ate que ontem tive um click. Percebi que o amor era meu. Apenas meu, não era nosso. E que eu estava indo demais na minha carencia e busca de solução. E havia me esquecido de perguntar ao meu objeto amado se ele queria compartilhar comigo destes sonhos, planos e amor.
Chorei. Chorei muito. Mas tomei uma decisão. Vim me despedir. Despedir do meu amor, da minha busca. Aquelas tres palavras agora amargam meu coração. Mas, em minha dignidade guardo este grande amor para alguem que saiba e queira recebe-lo, e me despeço de sabendo que o que voce tinha me ofereceu. Aventura e sexo de boa qualidade. Agora sigamos caminhos distintos e cada em busca da sua felicidade. Boa sorte.»

Terminou de ler a carta, dobrou-a em silencio. Pensou nela com certo carinho e desejou-lhe sorte também. Ja tinha trilhado o caminho que ela se propunha agora e sabia quantas flores e espinhos ira encontrar, mas esta seria o caminhar dela, suas experiências seriam únicas, não iria interferir em sua decisão, e sentiu muito não poder dizer-lhe isto. Ela iria descobrir em seu próprio tempo.
Pegou o telefone e ligou para uma «amiga». Combinou uma noitada.

21 julho 2010

A fuga

Era uma manha de verão. A fuga havia sido rápida e sem despertar nenhuma suspeita.
Havia 6 meses que eles a mantinham sóbria, e se sentia com sede de liberdade. Sabia que conseguiria enfrentar o mundo la fora sem o álcool. Mas eles teimavam em dizer que ela não estava preparada.
Quase um mês atras a familia - o marido e a filha adolescente - prometeram leva-la embora. Mas eles sequer voltaram para visita-la.
Havia feito amizade com o enfermeiro do periodo noturno e pagava -lhe com alguns favores as informações adquiridas. Não odiava estes pagamentos, porque na verdade seu corpo tambem sentia carência. Ele tinha mãos hábeis e beijos quentes.
Fora ele que lhe contara que a família não pretendia tira-la de la. Que o marido já estava morando com outra, que alias a filha chamava de tia. Uma dor alucinante invadira seu peito. As lágrimas não caíram, mas sim um urro do fundo da alma ecoou no quarto. O homem assustado pedia-lhe que se acalmasse, segurava-lhe as mãos, abraçava seu corpo.
Alguns minutos depois ela se tranquilizou. A noite foi longa e triste.
Na outra manha, começou a arquitetar o plano. Pediu para falar com o diretor, explicou que se sentia bem. Foi em vão. Eles tinham ordens para mante-la ali, presa, abandonada.
Por mais de uma semana sentou e chorou.
Por duas pensou. E nesta manha, com a ajuda do amante, se enfiou em um caminhão de entregas e para longe dos muros partiu.
Poucas horas depois foi recapturada e levada de volta. Nesta noite, em poucos segundos a lamina fez o trabalho frio e misericordioso. O sangue desceu vermelho e quente naqueles pulsos magros e brancos. Encontraram o corpo frio, sem vida. Mas trazia consigo um sorriso nos labios. Havia conseguido. A alma dela estava livre.

18 julho 2010

Medo..

Acordou nesta manha totalmente vazia. Procurou no coração algum sentimento, mas era impossível.
Na noite anterior havia esvaziado toda a sua ira quando aos berros o mandara embora. Se enchera de dor. E durante a noite toda esvaziara esta dor derramando lágrimas.
Agora se encontrava vazia. Vazia e só. Olhou para sua imagem refletida no espelho, ainda deitada na cama e pensou no que faria.
A liberdade lhe abria os braços, mas não se sentia a vontade para seguir com ela.
Então percebeu que o medo começava a tomar conta do seu ser. E ele veio vindo tão apressadamente e incontrolável que em poucos minutos se sentia totalmente aterrorizada.O que faria agora?
Não aprendera a ser só, a se virar.
Não sabia como agir com tanto tempo para si mesma e esquecera de fazer planos para esta fase.
Foi se encolhendo e se escondendo debaixo das cobertas. O frio tomava conta do seu corpo. Um frio inexplicavel, vindo de dentro para fora. Sentia maos puxando-a para baixo e nao conseguia reagir. O silencio era gritante, a solidao sufocante. Se deixou ficar na inercia, gemendo e fugindo dos seus proprios pensamentos. Não sabe quanto tempo ficou assim, mas aos poucos foi reagindo.
Conseguiu se levantar. O sol estava a pino. Preparou um café forte. O cheiro e o calor a aqueceram. Foi ate a janela. Viu as pessoas indo e vindo. Percebeu que a vida continuava. E resolveu acompanha-la.

17 julho 2010

Não te amo mais...

As paredes eram brancas. Brancas e frias.
O vento batendo na janela a fazia se lembrar que ainda restava vida fora dali.
Sentada em uma cadeira ao lado do leito, rezava baixinho para que aquilo terminasse rápido.
Na cama, o homem estava pálido e com os olhos fechados. Parece que dormia.
Pensava em si mesma. Em todo o tempo que ainda teria para se alegrar. Não queria pensar em tristeza.
O homem abriu os olhos e devagar girou a cabeça em sua direção.
Os olhos eram amarelados e sem vida.
Abriu a boca e murmurou algo.
Ela se aproximou para ouvir.
Se afastou, olhou bem para ele. Pensou em falar algo. Consolar aquela alma.
Mas não conseguia. Agora depois de tanto tempo ele vinha lhe pedir perdão.
Lembrou-se com amargura de todas as noites passadas em claro, a espera dele.
Pensou nas lágrimas derramadas, nas suplicas que fizera para que ele a amasse, que cuidasse dela.
Pensou nas vezes que não tinha nada para preparar para os filhos comerem e ele nos bares se divertindo com os amigos e as putas.
Pensou nos safanões e tapas. Nos xingamentos. Nas dores sentidas.
Agora ele lhe pedia perdão.
Pensou no amor desperdiçado, na juventude passada a espera de uma palavra de carinho, nas rugas adquiridas, nas lágrimas derramadas.
Se levantou. Os olhos secos, não havia mais lágrimas a derramar.
Se dirigiu ate a porta. Os olhos dele a acompanharam, sem compreender.
Então, em um ímpeto voltou ate a cama.
Segurou-se na beirada, pois se sentia fraca.
As palavras sairam rápidas.
Desculpe, mas eu não te amo mais....
Saiu caminhando lenta e tristemente.
Fechou a porta e se lançou na escuridão silenciosa.

15 julho 2010

Sorriso e lagrimas

Brincar de sorrir. Chorar de rir.
Rir para não chorar.
Chorar para afugentar.
Amar e sofrer.
Chorar e sorrir.
Sonhar com você.

10 julho 2010

Brincadeira

Mudei minhas companhias.
Briguei com a solidao, coloquei pra correr a saudade,
Fiquei de mal com a melancolia.
Fingi ser feliz.
Andei de mãos dadas com a alegria,
brinquei com a felicidade.
Mas, quando percebi, estava sozinha na multidao.
Voltei pro meu mundo. Busquei de volta minhas companheiras.

05 julho 2010

Profundo

Voei tão profundamente para dentro de mim.
Caminhei pela dor e sofrimento.
Revi pessoas e lugares.
Sorri, chorei, amei, odiei.
Procurei a sua mão.
Mas não estava lá.
Quis voltar.
Mas para o profundo precisei continuar.
Então naveguei por lugares que não conhecia.
Senti a tranquilidade e inquietude.
Senti saudades e conforto.
Enxuguei as lágrimas e então percebi que
estava preparada pra voltar.

01 julho 2010

Passeio

Fui convidada a fazer um passeio.
O destino era meu passado.
Quem me convidou foram a saudade e a solidão.
Passamos por lugares tristes e escuros.
Senti fome e frio.
Chorei.