13 agosto 2010

Movimento

O sol estava, preguiçosamente, abrindo os braços sobre a terra. Um sol avermelhado, morno, anunciando um dia ensolarado e quente.
Ela, na cama, também abriu os olhos e pensando em se esticar como uma gata moveu as pernas para fora da cama.
Levou um susto. Não sentia o chão gelado. Espantada, olhou para as pernas. Elas estavam ali, lindas, delgadas. Tentou movimenta-las porem nao sentia o proprio peso. Com as maos tentou
toca-las mas também os braços não a obedeciam. Sentiu um aperto na garganta,
um frio imenso no estômago, um medo terrível. Um gemido ecoou de sua garganta. Logo se transformou em gritos de desespero. Lágrimas saltavam de seus olhos. Tentava se movimentar,
porem nada acontecia. Foi tomada de um grande terror, e os olhos, na semi-claridade procurava alguma resposta. Mais ao longe, proximo da penteadeira notou a cadeira de rodas.
Meu Deus - o que esta acontecendo? O desespero tomava conta da sua alma. Não compreendia porque não conseguia se movimentar, que lugar este este onde estava.
Agora os gritos foram se tornando incessantes. Os olhos, e apenas eles, corriam de lado a lado no quarto desconhecido. O suor escorria pelo seu corpo, o esforço para se movimentar era imenso.
Poucos momentos depois, ouviu a porta do quarto se abrindo, e um rosto desconhecido adentrou.
Era uma mulher, jovem, de aparência calma. Perguntou-lhe com carinho se precisava de algo, e gentilmente a ajudou a se colocar na cadeira.
Ela não entendia o que estava acontecendo. Os olhos suplicantes pediam aquela desconhecida que lhe ajudasse, e mexia os lábios em
perguntas. A mulher apenas sorria em resposta. Então notou que ela não podia ouvi-la. Sua voz era somente fruto do seu pensamento. Nem ela mesma ouvia o seu som.
Estava em total desespero, e tentava se mexer, falar....
Então ao longe começou a ouvir o toque de uma buzina. O barulho foi se tornando mais e mais alto. Agora era insuportável. Um vento forte abriu a janela do quarto, e ela sentiu a rajada fria em seu rosto.
Então, abrindo os olhos, acordou do pesadelo.

1 comentários:

Bianca Bigogno disse...

O imaginável sempre acontece ao fechar dos olhos, penso que talvez essa representação do nosso inconsciente, dos nossos medos, desejos, ou seja lá o que for, não são em vão, deve existir alguma razão que eu desconheço.

Parabéns pelo blog.
voltarei mais vezes, tô seguindo :*

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