21 junho 2010

A esposa

Marcia sempre foi uma pessoa tranquila e coerente. Em toda a sua infância e adolescencia havia tido poucas aventuras, porem em compensação nunca havia tido maiores problemas. Enquanto a irmã mais jovem era cheia de paqueras e namoradinhos, ela calmamente esperou o homem da sua vida aparecer. O primeiro beijo foi ja com quase 16 anos, e mais dois anos estava casada. É claro que se casou virgem. Nunca teve muitas amigas, era calada e simples.
Já tinha agora 17 anos de casada, os filhos adolescentes. Continuava casada, quieta. Não era bonita, não se vestia sensualmente. Os olhos eram um pouco afastados demais, porem os dentes eram perfeitos e brancos.Suas roupas possuíam poucos decotes e não usava muita maquiagem. Alem do marido, conversava com mais três homens, os dois irmãos e o pai. Nem sogro tinha, e a sogra não a tolerava. Achava que ela era sonsa, e cuidado com as sonsas, sempre dizia ao marido.Mas ele não se importava, conhecia bem a esposa que tinha e sabia que ela nunca seria capaz de traí-lo, pois a sua conduta era impecável.
Foi assim que ela se apresentou para a entrevista de trabalho. Vestida em uma blusa de mangas compridas azul clara, uma saia godê mais escura, sapatos com salto médio. O cabelo limpo e puxado pra trás, bem tratados e brilhantes. Usava oculos para escrever e ler. A entrevista seria daqui a 15 minutos, com o Dr. Carlos, explicou a recepcionista.
Havia se candidatado a esta vaga, após o marido ser demitido. As coisas não andavam bem em casa, e resolveu ajudar. No principio o marido não gostou, mas agora 4 meses depois, não estavam tendo outras opções. A irma a indicou, dizendo que um amigo seu advogado, estava precisando de uma secretaria auxiliar, e não exiga experiencias.
E então, aqui se encontrava.
Passaram se 30 minutos e ela, paciente, continuava a esperar. Quando foi chamada a sala do Advogado estava tensa e as mãos suando.
Ao abrir a porta, se deparou com um homem que aparentava 45 anos, alto, forte. Os cabelos estavam um pouco grisalhos, porem fartos, e os olhos eram de um azul, como em dias de verão. Ao apertar a mão dele, sentiu uma corrente eletrica pelo corpo.
Meu Deus, pensou - o que esta acontecendo comigo?
Mas, em poucos segundos se recompôs.
Conversaram por mais de uma hora, ela fez algumas perguntas a respeito de horários do trabalho e das atividades. Explicou a ela que em algumas ocasiões precisaria que fizessem pequenas viagens e algumas reuniões em finais de semana, e que precisava de flexibilidade da parte dela.
Saiu dali contratada, para voltar no dia seguinte, com a cabeça a mil por hora. Não sabia como explicar a si mesma porque se sentia assim, mas parece que estava flutuando. Sentia o perfume dele na sua mão, e isto a deixava tonta.
Passou o resto do dia organizando a casa, cozinhando e congelando, e fazendo lista de atividades para deixar para os filhos.
La pelas 6 da tarde o marido chegou. Estava cansado e triste. De novo não havia conseguido trabalho. Se sentiu culpada, por ter sido tão fácil a ela.
No outro dia, se levantou bem cedo, se vestiu e se dirigiu ao trabalho. Havia um misto de alegria e tristeza.
Se adaptou com facilidade as tarefas de atender ros telefones, separar os processos, e servir o cafe ao chefe. Em poucos dias era capaz de responder sobre quase todos os assuntos do escritorio.
O chefe continuava a lhe causar certo frenesi, mas nunca ousava nem em pensar neste assunto.
Quando tinha quase 2 meses de trabalho, o chefe a avisou que iriam neste tarde ate uma cidadezinha a 70 km dali, para atender alguns clientes e buscar documentos. No carro, ela nem olhava para o lado, certa de toda a sensualidade e energia que emergia do patrão.
Passaram toda a tarde atarefadissimos, não dando a ela tempo para pensar em loucuras.
Ao voltarem, a noitinha, porem, o chefe a convidou para pararem e beberem alguma coisa. Ah, so um drinque nao faz mal. Afinal estavam cansados e ate em casa seria pouco mais de uma hora.
Um, dois, tres drinques. Ela agora esta solta e alegre. Ria com o chefe, contava sobre a vida de casada, e em certo momento os olhos deles se cruzaram. Em segundos estavam nos braços um do outro. Saíram rapidamente e dentro do carro deram vazão a toda paixão que os sufocava. O desejo era urgente, o amor se consumiu dentro do carro.
De volta pra casa, se sentia culpada e com medo. Chegou na ponta dos pés. Eram 11 da noite e todos ja dormiam em casa. Passou pelo quarto dos filhos, e abrindo a porta bem devagar, viu o marido dormindo. Rapida e silenciosamente tirou a roupa, tomou banho, e se deitou. No outro dia, ao acordar o marido não estava na cama. Sentiu um grande medo. Se arrumou e dirigiu-se a cozinha. Ao chegar, ele já havia preparado o café da manha, e ele e os filhos a aguardavam para a primeira refeição.
Foi recebida com carinho, amor e atenção. Pediu perdão silenciosamente a Deus, e jurou que nunca faria isto novamente.

2 comentários:

Calabria disse...

Primeiramente ela cumpriu o papel de Mae , esposa, ajudando o Marido e nao foi tao consciente quanto ter ficado com o Patrao,mas a coisa boa foi a conversa com Deus que certamente ouviu seu Perdao .E como ela era uma mulher fiel ao seu marido certamente nao aceitaria mais qualquer proposta.Agora imagine se o Marido estivesse esperando-a para uma Noite juntos.Aí o assunto seria outro .Mas Deus foi bondoso para com ela,até neste ponto,com certeza ela merecia este Perdaoo sim.bjs Milla

Perto de Mim disse...

Quem tem beleza dentro faz ter fora...Boa semana, linda.

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