26 junho 2010

Uma bola, tiquinho de felicidade

Aquelas crianças já nasceram na pobreza. Não se tornariam mais pobres, ou miserareis. Moram
em baixo do viaduto onde passo todos os dias. Aquelas crianças nunca brincaram com vídeo games, nem foram, aos sábados a tarde passear no shopping. Nunca puderam escolher a bermuda ou a camiseta pra usar. Era raro quando tinham alguma roupa limpa. Nunca foram nadar na piscina do clube, nem sabem que o prazer de tomar banho em um chuveiro quente. Eles não tem o aconchego de um quarto para as noites frias. Alguns deles não tem nem recordação do colo da mãe. Muitas vezes paro alguns minutos a observa-las. São crianças magras, sujas, tristes. Passam o dia caminhando e procurando nos lixos o que acham que podem valer alguma coisa. Latas, garrafas e tantas vezes restos de comida.
Mas outro dia foi diferente. Por coincidência, exatamente quando eu estava passando, caiu de uma camioneta uma bola, bem próxima das crianças. Como um flash elas perceberam e logo já estavam correndo para agarrar aquele presente tão inesperado. Sentei para observar. Eram 5 crianças agora. Sim, agora eram 5 crianças que corriam, gritavam, chutavam, sorriam e por momentos eram felizes.

1 comentários:

Calabria disse...

Achei ótimo o conto ,acho que nao somente vc mas tem varias pessoas que passam por este lugar diariamente e nao param porque a vida está corrida,com stress ,etc e tal mas se pararmos para pensarmos seria muito bom para nós se parássemos para dar alguma ajuda ou quem sabe talvez até para bater um papo ou quem sabe levar em algum parque,creio que seria um dia ESPECIAL para essas criancas e muito gratificante para nós.Beijos Milla

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